30/01/2023

Maternagem e o conceito de mãe suficientemente boa na teoria winnicottiana - Germano Barbosa

O termo “mãe suficientemente boa” foi criado pelo psiquiatra e psicanalista inglês Donald Woods Winnicott, conhecido por sua teoria sobre maternagem. Ele acreditava que o desenvolvimento saudável de uma criança depende da qualidade da relação entre a mãe e o bebê.
De acordo com Winnicott, a mãe suficientemente boa é aquela que consegue atender às necessidades básicas do bebê, de maneira adequada, como na alimentação, no conforto e na segurança. Além disso, ela também permite que o bebê experimente frustrações e separações temporárias, o que é fundamental para o desenvolvimento de uma identidade autônoma.
Winnicott também destacou a importância do espaço intermediário entre a mãe e o bebê, para que a criança possa experimentar a sensação de ser independente, mas ainda se sentir amparada pela mãe. O espaço intermediário se refere ao lugar físico e psicológico, no qual a criança e seus objetos de amor, como os pais, se relacionam. Nesse lugar intermediário, ocorre o processo de desenvolvimento da identidade. Este espaço permite que a criança experimente e brinque com a realidade, além de sentir segurança e confiança na relação com os objetos de amor. É um ambiente protetor, que favorece a criatividade e a formação de uma identidade sólida, e é fundamental para que a criança desenvolva sua imaginação e sua criatividade.
Para Winnicott, a mãe não precisa ser perfeita, para ser suficientemente boa. Ela deve, sim, ser capaz de lidar com suas próprias frustrações e dificuldades, de maneira saudável, a fim de poder proporcionar ambiente seguro e estável para o bebê.
Em resumo, a teoria de Winnicott sobre maternagem e mãe suficientemente boa destaca a importância da relação entre a mãe e o bebê, para o desenvolvimento saudável da criança. A mãe suficientemente boa é aquela que consegue atender às necessidades básicas do bebê, permitir frustrações temporárias e criar um espaço intermediário seguro. Sim, essa é uma boa definição de uma “mãe suficientemente boa". Além disso, a mãe suficientemente boa também deve proporcionar amor e afeto, estabelecer limites claros, ser consistente em seu comportamento e fornecer orientação e apoio ao crescimento e desenvolvimento do bebê.
Portanto, a ideia da mãe suficientemente boa é justamente equilibrar frustração e satisfação dos desejos da criança, de maneira saudável, estabelecendo limites e ensinando a criança a lidar com a frustração, mas, também, ser sensível aos seus desejos e necessidades. Ao fazer isso, a mãe contribui para o desenvolvimento da resiliência e da autoconfiança da criança, ajudando-a a tornar-se uma pessoa saudável, capaz de lidar com as adversidades da vida.

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