25/09/2010

Dieta alimentar para portadores de Cirrose Hepática

A cirrose hepática é resultado final de anos de agressões ao fígado, sendo caracterizada pela substituição do tecido hepático normal por nódulos e tecido fibroso.
No fundo, nada mais é do que a cicatrização do fígado. Onde deveria haver tecido funcionante, há apenas fibrose (cicatriz).
Quanto mais extensa for a cirrose, a cicatriz, menor é o número de células saudáveis e maior é o grau de insuficiência hepática. Em última análise, a cirrose é um estado de falência (morte) do fígado, órgão nobre, sem o qual não conseguimos sobreviver. Várias doenças podem levar à cirrose, como alcoolismo e hepatites virais (tipos B, C e D), dentre outras.
Não há uma dieta específica, cada paciente tem necessidades que variam de características individuais. De modo geral, as recomendações básicas são evitar o excesso de sal, frituras e carne vermelha; manter abstinência alcoólica e procurar fracionar a dieta, comendo mais vezes ao dia uma menor quantidade de alimento. O adequado é individualizar a necessidade dietética, sob orientação do médico e do nutricionista.
Alimentos recomendados:
  • Arroz branco ou integral
  • Feijão: preto, marrom, branco ou outros
  • Óleo de girassol ou de milho
  • Azeite de oliva
  • Margarina sem sal
  • Carne branca (frango, peixe, peru)
  • Bacalhau sem sal
  • Carne de soja
  • Queijo de soja
  • Qualquer tipo de farinha (tapioca, mandioca)
  • Qualquer tipo de verdura (crua ou cozida)
  • Frutas: manga, pinha, melão, maçã, banana, mamão, pêssego, sapoti, abacate, uva, figo, caqui
  • Lentilha, ervilha, milho (sempre cozido)
  • Clara de ovo 3 (três) no café da manhã, cozidas
  • Pão integral ou de glúten
  • Macarrão integral
  • Leite de soja
  • Suco de frutas: caju, maçã, mamão, melão, pêra
  • 1-2 gramas de sal por dia (uma pitada = 1gr)
  • Alimentos que favorecem a função do fígado (endívia, escarola, aipo, rabanete, alcachofra, cenoura, nabo)
  • Comer bastante couve, espinafre, brócolis
  • Comer castanhas-do-pará por dia
  • Tomar um litro de líquido (água ou suco) por dia
Alimentos que precisam ser evitados:
  • Frituras, gordurosos e oleosos
  • Alimentos de consistência endurecida, torrados, cortantes e volumosos
  • Carne Vermelha (boi, porco, caça, peixe-boi, tartaruga, carneiro, vísceras, pato)
  • Frutas cítricas ou ácidas (limão, laranja, abacaxi, maracujá)
  • Leite animal in natura e derivados (queijo amarelo, manteiga)
  • Refrigerantes
  • Qualquer tipo de bebida alcoólica
  • Enlatados (seleta de legumes, patê, atum, sardinha) ou embutidos calabresa, salsicha, presunto)
  • Gema de ovo
  • Pão de massa branca, bolachas, biscoitos
  • Massas gordurosas (macarrão com ovos, pizza, pastel, tortas)
  • Chocolate, sorvete, creme de leite, leite condensado
  • Frutos do mar (camarão, lagosta, lula, caranguejo)
  • Água mineral, com ou sem gás, que contenha mais de 10mg de sódio por litro
  • Amendoim, pistaches, amêndoas, salgadinhos
  • Cereais matinais, chips, batatas fritas, purê de batatas em pó
  • Comprimidos efervescentes para digestão ou resfriados, bicarbonato de sódio e outros  medicamentos que possam conter sal
  • Condimentos como o sal, maionese industrializada, mostarda, azeitonas, molhos de tomate preparados ou extrato de tomate
  • Frios, salsichas, patê de fígado, carne seca, frutos do mar, como crustáceos, moluscos, ovas de peixe
  • Legumes em conserva, chucrute ou qualquer alimento preparado, enlatado ou congelado
Nutrição e cirrose
Pessoas com cirrose experimentam freqüente perda de apetite, náusea, vomito e diminuição de peso. Adultos com cirrose necessitam de uma dieta balanceada, rica em proteínas, provendo de 2.000 a 3.000 calorias por dia, para permitir uma regeneração das células. Porém, muita proteína resultará num aumento de amônia no sangue. Pouca proteína pode reduzir a regeneração do fígado.
Pessoas com cirrose sofrem acúmulo de fluido no abdômen (ascite) ou inchaço dos pés, pernas, ou parte das costas (edema). Ambas as condições são o resultado da hipertensão portal (aumento da pressão nas veias que entram no fígado). O sódio (sal) estimula a retenção de água no corpo. Os pacientes com retenção de fluidos devem eliminar o sal. Em geral, aconselha-se a redução da proteína de carne, que é a proteína mais tóxica ao cérebro, por proteína vegetal, em casos de cirrose.
As proteínas
A ingestão de quantidade de proteína adequada é importante para manter a massa muscular e auxilia o sistema de recuperação. A ingestão de proteína deve estar de acordo com o peso da pessoa e com a sua condição médica. Em geral, para que a regeneração das células do fígado ocorra nos pacientes que não têm cirrose, recomenda-se a ingestão de 1.0 a 1.5 gramas de proteína por quilo da pessoa, por dia.
Um número pequeno mas significativo de pacientes com cirrose pode vir a contrair uma doença chamada encefalopatia. As pessoas com esta doença apresentam sinais de desorientação e confusão mental. Enquanto alguns especialistas não acreditam que exista uma ligação entre a dieta alimentar diária e a encefalopatia, outros acreditam que uma redução drástica da proteína animal e a adoção de uma dieta vegetariana possam melhorar o estado mental.
A cirrose hepática é uma hepatopatia de caráter crônico, de etiologia variada, que cursa com astenia, anorexia, náuseas, flatulência, má digestão, constipação, diarréia e má absorção de nutrientes. Também podem aparecer complicações como ascite, varizes esofágicas e encefalopatia, que deverão seguir um controle médico.
No caso de o portador de Cirrose Hepática apresentar diarréias, recomenda-se uma dieta adstringente, com líquidos (em pequenas quantidades), para repor as perdas, e com alimentos sólidos, como o arroz cozido e cenoura. À medida em que os sintomas melhorem, além do arroz acrescentar pequenas quantidades de frango ou peixe e um pouco de pão torrado. A partir de então, de forma gradual, introduzir sopas, sêmolas e caldos suaves, batatas e verduras fervidas, em pouca quantidade.
Em caso de constipação (prisão de ventre), deve-se aumentar o consumo de fruta fresca e madura no café da manhã, por ser de grande contribuição de fibra solúvel (pectina) e água. Aumentar o consumo de verduras e hortaliças, iogurte, para melhorar a flora intestinal, diminuindo o consumo de produtos de padaria e confeitaria. Consumir arroz e massas integrais, evitando a utilização de laxantes.
Se a doença está avançada, a dieta deverá suprir as carências que se apresentem. A mais habitual é o déficit de vitaminas lipossolúveis (vitaminas A, D, K e  E), o que requer aumentar o consumo de sardinhas e peixes, como o salmão, para suprir a vitamina D (essencial para fixar o cálcio nos ossos), consumir brotos de verduras, em especial de alfafa, por seu conteúdo em vitamina K (vitamina necessária para a coagulação), aumentar o consumo de frutas e verduras de cores alaranjadas e amareladas e de folhas verdes, por seu conteúdo em beta-caroteno, que no organismo se transforma em vitamina A, e consumir cereais integrais, avelãs e nozes não tostadas, junto com azeites vegetais, como de oliva e de linho, por sua contribuição de vitamina E.
Alguns casos de cirrose podem apresentar quadro de descompensação, sendo a dieta o tratamento mais importante quando o paciente apresenta ascite (água na barriga) e encefalopatia hepática.
A mais importante orientação dietética na cirrose hepática é a proibição total de bebida alcoólica, pois o derivado do álcool denominado acetilaldeído age diretamente no hepatócito.
Fontes: Grupo Otimismo de Apoio ao Portador de Hepatite/Portal da Hepatite

21/09/2010

Professora da UFCG vence concurso promovido pela Fundação Getúlio Vargas

Dissertação de mestrado de Aline Barbosa de Lima levou o primeiro lugar em concurso sobre Experiências Inovadoras no Campo das Políticas Públicas.
A professora Aline Barbosa de Lima, da Unidade Acadêmica de História e Geografia da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), foi a vencedora da 2ª Edição do Concurso de Ensaios e Monografias sobre Experiências Inovadoras no Campo das Políticas Públicas, com Foco na Redução das Desigualdades, promovido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Com o tema Campesinato em movimento: análise de ação do estado e das estratégias autônomas de desenvolvimento no campo, o trabalho vencedor faz parte da dissertação de mestrado desenvolvido no Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), sob orientação da professora Maria de Fátima Ferreira Rodrigues.
O trabalho discute a redução das desigualdades sociais em assentamentos rurais do Estado da Paraíba, por meio da análise de ações do Estado, via políticas públicas, a exemplo do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF) e do Projeto Cooperar, como também estratégias autônomas de desenvolvimentos, tais como as chamadas Feiras Agroecológicas Paraibanas.
“Estou muito feliz com a premiação, mas quero ressaltar que este resultado é fruto de um trabalho coletivo, realizado pelo grupo de pesquisa Gestar, do qual faço parte”, destacou Aline.
Durante a pesquisa, foram realizadas entrevistas e reuniões com camponeses e agentes gestores das políticas analisadas, com registros fotográficos, aplicação de questionários e levantamentos bibliográfico e de dados.
A data de entrega da premiação, no valor de R$ 3 mil, ainda será divulgada pela FGV.
Fonte: Gloriquele Mendes–Ascom/UFCG

15/06/2010

Pimenta estimula o bom humor e reduz o peso e a dor de cabeça

A pimenta já não é mais considerada apenas um condimento. É também um poderoso remédio contra o colesterol, doenças de estômago e dor de cabeça. Além disso, ainda é uma excelente arma contra o mau humor e, como se não bastasse, um produto afrodisíaco.
E pensar que ela já foi rejeitada por ser considerada prejudicial à saúde…
Pois é, agora ganhou a merecida fama de alimento com grandes propriedades nutritivas, indispensável para o cardápio dos brasileiros. No entanto, é bom que seja consumida com moderação, pois tem algumas contraindicações.
Tem pimenta boa para gripe, enxaqueca e pressão alta. Pode ser consumida crua ou no tempero de diversos pratos. Só não vale fazer careta na hora de comer e reclamar que ela é “ardida”. É justamente essa ardência, causada por uma substância que na pimenta vermelha é chamada capsaicina, a grande responsável pela maioria dos efeitos benéfcos do alimento.
E ninguém pode dizer que consumir pimenta demais enjoa, pois há uma variedade enorme de tipos disponíveis nos supermercados. Agora, basta você ler a reportagem a seguir para saber como ela pode ajudá-lo e depois ir às compras!
Fonte: UOL

06/06/2010

Doentes terminais relatam em blogs seus últimos dias de vida

  • Exposição pública de drama particular ajuda paciente e seguidores a lidar com tabu da morte
  • Diários virtuais têm função terapêutica de repartir a agonia, fazer a despedida e também deixar uma marca
Em blogs, as pessoas costumam contar detalhes das suas vidas. Ou da sua morte. "Depois que tomei meu banho hoje, minha mãe me ajudou a me secar e me entregou meu robe: "Posso ficar com ele quando você se for?", ela perguntou."
"Bill e a enfermeira chegaram à conclusão de que eu precisava voltar ao hospital, então irei amanhã. Perguntei sem rodeios a Bill: "Quanto tempo você acha que eu tenho?" "Uns dois dias", ele respondeu seriamente."
Esses são trechos do último post da americana Michelle Mayer, em 9 de outubro de 2008. Ela morreu dois dias depois, de uma doença autoimune chamada escleroderma. Seu último ano de vida foi registrado no blog "Diário de Uma Mãe Morrendo" (http://diaryofadyingmom.blogspot.com).
Descrever, quase passo a passo, a chegada do fim é um jeito de se despedir de pessoas próximas e queridas, na visão da psico-oncologista Luciana Holtz, presidente do Instituto Oncoguia.
É também uma despedida pública. A blogosfera elimina os limites entre o público e o privado. A discussão é clássica para quem vive nesta era. E para quem morre?
"A pessoa está se expondo, mas considero que é mais saudável mostrar a doença que escondê-la. Compartilhar o sofrimento ajuda o paciente", analisa Holtz.
CONEXÃO COM A VIDA
Essa atividade toda de blogueiro, essa busca de comunicação com pessoas desconhecidas ajuda o doente a se sentir mais vivo, na opinião de Lucia Cerqueira Gomes, médica que trabalha na unidade de pacientes terminais do Instituto Nacional de Câncer, no Rio de Janeiro.
"Por que estou aqui? Tenho a esperança de achar alguém que saiba o que é subir escadas e não conseguir respirar. Alguém que esteja doente e cansado de estar doente e cansado."
Assim a canadense Eva Markvoort se justificou, ao inaugurar seu blog, "65 Rosas Vermelhas" (http://65redroses.livejournal.com).
No post seguinte, após desabafar, com humor, sobre as crises de sua doença, a jovem em estado terminal acrescenta um p.s. que é uma súplica: "Alguém lê isso? Por favor, comente..."
Eva morreu aos 25 anos, com fibrose cística, doença que faz com que o muco se acumule no pulmão, impedindo a passagem do ar. O diário virtual dela chegou a 1 milhão de leitores e chamou a atenção de produtores de Vancouver (Canadá), que fizeram um documentário sobre sua vida.
O filme tem final feliz. Eva faz o transplante e volta a respirar normalmente. Mas a vida continua e a certeza da morte volta ao blog. Há rejeição ao novo pulmão. No início do ano, Eva postou a morte iminente: "Tenho novidades. É meio duro de ouvir, mas posso dizer isso com um sorriso. Minha vida está chegando ao fim."
"Uma jovem morrendo mobiliza muito, as pessoas buscam por compaixão", diz Maria Julia Kovács, coordenadora do laboratório de estudos sobre a morte, do Instituto de Psiquiatria da USP.
Eva postava vídeos de suas internações, entubações, crises. Aparecia sempre de unhas pintadas. Os cabelos aparecem pintados de vermelho até quase o fim.
FANTASIAS DO MAL
"Os autores desses blogs mostram que dá para levar a situação. Tiram um pouco o estigma da morte", crê a psicóloga Fernanda Rizzo di Lione, do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Os diários ajudam a tornar a experiência da morte mais natural, concorda Kovács.
A psicóloga Clarice Pierre, autora de "A Arte de Viver e Morrer" (Atelier), acredita que os blogs da morte são uma forma de encarar a dor e transformá-la. Mas tem ressalvas aos vídeos.
"Imagens podem criar fantasias do mal, gerar terror nos despreparados. Agora, se faz bem ao doente, OK, ninguém é obrigado a olhar", revê.

Fonte: UOL/Iara Biderman

23/05/2010

Italianos aprendem português com livro feito por crianças de Juripiranga/PB


Quando ouviu a sugestão de fazer um livro digital com seus alunos, a professora Jocileia Izidorio, que dá aula para uma turma de correção de fluxo na cidade de Juripiranga, na Paraíba (a 60 km de João Pessoa), não imaginava que a obra iria terminar na Itália –e traduzida. “Fiquei bestinha com a história”, disse.
O livro, feito por 15 crianças com idades entre 8 e 15 anos, retrata o cotidiano da cidade do interior paraibano com cerca de 10 mil habitantes e economia baseada na produção de vassouras com palha de carnaúba. O tema –“Juripiranga, este é o meu lugar”– foi sugerido pelas próprias crianças. A edição digital ficou a cargo da Editora Plus, uma organização sem fins lucrativos e especializada em e-books. “A gente falou da cultura de Juripiranga. Foi feito gradualmente: o campo, a produção da vassoura. Eu e os alunos visitamos. Eles escreviam o que eles viam. Não foi nada imposto. Eles escolhiam os temas”, afirmou.

A linguagem fácil e descomplicada chamou a atenção do professor José Fernando Tavares, que dá aula de português brasileiro em San Benedetto del Tronto, no litoral italiano do mar Adriático. Ele é designer dos livros da editora online e decidiu usar o “Juripiranga” em sala. Foi o suficiente para os alunos se empolgarem e mandarem traduzir a obra. “Usei o livro como texto para leitura e análise de frases simples e também como exercício de tradução para o italiano. Como o pessoal gostou do livro, decidimos fazer uma tradução mais profissional. Aproveitando das traduções feitas na sala de aula, mandei o material para um meu amigo brasileiro que vive há anos na Itália e que trabalha como tradutor”, disse Tavares.
A turma de Jocileia, na época, era destinada a estudantes que tinham baixo rendimento nas séries que cursavam e acabavam encaminhados à correção de fluxo. Fazer o livro foi um projeto que animou a garotada.  “Saber que um livro foi pra outro país tornou ainda mais orgulho”, afirmou.
Se quiser fazer o download do livro, basta acessar a página na Editora Plus.
Fonte: UOL



18/02/2010

Tire suas dúvidas sobre tipagem sanguínea - fator positivo pode gerar fator negativo e vice-versa?

O que é possível e o que é impossível no cruzamento de tipos sanguíneos:
Mãe (A+) + Pai (A+) = Filho (O+)
:) POSSÍVEL.
Pode ocorrer sim, desde que o pai e a mãe sejam heterozigotos (Aa), ou seja, os dois tenham o gene para O Rh positivo.
Mãe (O+) + Pai (O+) = Filho (A+)
:( IMPOSSÍVEL.
O tipo sanguíneo do filho deve ser confirmado ou confirmar o de seus pais, pois a combinação de duas pessoas com o tipo sanguíneo O só pode resultar em indivíduos do tipo O.
Mãe (O+) + Pai (B+) = Filho (A+)
:( IMPOSSÍVEL.
As possibilidades dessa combinação são filhos do tipo “B” ou “O” e “B” dependendo se a pessoa é homozigota ou heterozigota em relação ao tipo sanguíneo “B”.
Mãe (A+) + Pai (B-) = Filho (O + / -)
:) POSSÍVEL.
Em termos genéticos, tipo A e B, são de fato A e O e B e O, sendo que ao se formar os gametas (óvulo e espermatozoide) podem ocorrer o encontro de O e O e desse modo a criança terá o tipo O.
Mãe (A+) + Pai (O+) = Filho (B+)
:( IMPOSSÍVEL.
Se a tipagem sanguínea estiver correta, as possibilidades é deste casal ter um filho do tipo A ou O.
Mãe (O+) + Pai (O+) = Filho (A+)
:( IMPOSSÍVEL.
É necessário uma confirmação do tipo sanguíneo do casal e do filho, pois pais com sangue O só podem gerar filhos também O. Nestes casos A e B são impossíveis Como eu já alertei, não raro podem acontecer erros na tipagem sanguínea.
A seguir, tabela com possíveis combinações sanguíneas:
Observação: Em casos extremamente raros, ocorre um fenômeno chamado de  Fenótipo Bombaim, com pessoas que possuem  ”A”, “B”, ou “AB”  expressando o grupo sanguíneo “O”.
O Fenótipo Bombaim, grupo sanguíneo hh, ou grupo sanguíneo de Bombaim (Bombay phenotype, em inglês), é um fenômeno raro, primeiramente descoberto na cidade de Bombaim, Índia, pelo qual indivíduos que possuem genótipo referente aos grupos sanguíneos "A", "B", ou "AB" expressam o grupo sanguíneo "O". Essas pessoas não produzem a enzima ativa (H) que transformaria uma substância precursora em antígeno H. Os antígenos A e B são produzidos a partir desse antígeno. Desse modo, a sua ausência faz com que essas pessoas não apresentem quer o antígeno A, quer o B, nos seus glóbulos vermelhos, mesmo que possuam alelos referentes à síntese dessas substâncias.
A produção dessa enzima é determinada por um gene dominante; não acontece em casos de recessividade desses genes e não possui relação com os genes determinantes dos tipos sanguíneos.
O paciente que receber sangue contendo um antígeno que jamais esteve no seu próprio sangue terá uma reação imune. Assim sendo, os indivíduos com o fenótipo de Bombaim podem doar sangue para qualquer membro do sistema ABO (a não ser que outro fator sanguíneo, como o Rh, seja incompatível), mas não podem receber de nenhum membro do sistema ABO (cujo sangue contém sempre um ou mais antígenos A, B e H); somente recebem sangue de indivíduos com o fenótipo de Bombaim. Os testes costumeiros para o sistema ABO os apontam como integrantes do grupo O, porém incompatibilidades relacionadas a cruzamentos podem evidenciar o falso "O". Por exemplo, um pai e uma mãe, ambos com sangue, supostamente, tipo "O", ao gerar um filho com sangue tipo "A", evidenciam que um dos pais ou os dois possuem pelo menos o antígeno "A" e outros exames de laboratório mais específicos podem confirmar o fenômeno.

Atenção!
Quaisquer dúvidas acerca da combinação genética na definição da tipagem sanguínea 
devem ser esclarecidas por profissional da área, devendo o interessado consultar um médico e, 
se for necessário, submeter-se a exames específicos, como o de DNA.

20/01/2010

Por uma nova consciência - Antônio Normando

               Por volta de 1990, os festejos carnavalescos, em Campina Grande, estavam em baixa. Quem gostava de carnaval aproveitava o feriadão para viajar a João Pessoa ou outra capital do Nordeste. Foi então que alguém teve a ideia de criar um evento alternativo que proporcionaria o encontro – não o confronto – de várias ideologias em busca de alternativas que conduzissem o fragmentado mundo moderno a uma convivência pacífica. Budistas, hinduístas, cristãos, muçulmanos, ateus, agnósticos, prostitutas, etc, expunham suas visões de mundo, em um clima de respeito e confraternização.
              Em pouco tempo o evento tornou-se um sucesso: hotéis lotados, ruas cheias de turistas, que se encantavam com aquele convívio pacífico entre pessoas de pensamentos tão diferentes...
Foi assim, em ritmo crescente, por quase dez anos, quando os evangélicos − que se negavam a participar do evento, preferindo refugiar-se nos retiros espirituais – decidiram criar um evento somente deles. Alegavam que os participantes do Encontro para uma nova consciência, promoviam, de fato, uma consciência satânica, que não tinha nada de novo, já que era uma extensão do discurso da serpente no Jardim do Éden. Chegaram até a culpar as pessoas envolvidas com o evento por quaisquer males que sobreviessem à cidade, inclusive o crescente desemprego, que não acontecia somente em Campina Grande, mas em todo o país.
Nascia o Encontro para a consciência cristã, em clara oposição ao evento anterior. Estabelecia-se o confronto, no lugar da convivência e do respeito; o enfrentamento, ao invés da cooperação. A velha consciência da divisão se estabeleceu, inclusive entre os evangélicos, já que, até hoje, algumas denominações se negam a participar ou são excluídas por não apresentarem as credenciais “genuínas” do verdadeiro evangélico. Assim começava o evento que divulgava a consciência do Cristo.
              Daí em diante, totalmente dependente de recursos públicos, o Encontro para uma nova consciência começou a fenecer. Pressionados pelos evangélicos, e preocupados com os votos, os políticos foram reduzindo as verbas, matando à míngua o evento que tantos turistas trouxera à cidade, divulgando-a pelo Brasil a fora. A desorganização, a falta de divulgação e de informação, afastou a maioria dos turistas, restando alguns abnegados que ainda tentam manter o evento, apesar de todas as adversidades.
              Com os cofres abastecidos, inclusive por dinheiro público, o Encontro para a consciência cristã vai realizar a sua 12ª. edição, a X2, como chamam, com uma organização impecável. Para eles, foram as suas orações que conduziram ao fracasso o Encontro para uma nova consciência. Era a consciência do Cristo vencendo a consciência satânica.
Sinto-me voltando à Idade Média. Apaguem as luzes, é hora de dormir.

10/01/2010

Fazer trinta anos - Affonso Romano de Sant'Anna

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Quatro pessoas, num mesmo dia, me dizem que vão fazer 30 anos. E me anunciam isto com uma certa gravidade. Nenhuma está dizendo: vou tomar um sorvete na esquina, ou: vou ali comprar um jornal. Na verdade estão proclamando: vou fazer 30 anos e, por favor, prestem atenção, quero cumplicidade, porque estou no limiar de alguma coisa grave.
Antes dos 30 as coisas são diferentes. Claro que há algumas datas significativas, mas fazer 7, 14, 18 ou 21 é ir numa escalada montanha acima, enquanto fazer 30 anos é chegar no primeiro grande patamar de onde se pode mais agudamente descortinar.
Fazer 40, 50 ou 60 é um outro ritual, uma outra crônica, e um dia eu chego lá. Mas fazer 30 anos é mais que um rito de passagem, é um rito de iniciação, um ato realmente inaugural. Talvez haja quem faça 30 anos aos 25, outros aos 45, e alguns, nunca.
Sei que tem gente que não fará jamais 30 anos. Não há como obrigá-los. Não sabem o que perdem os que não querem celebrar os 30 anos. Fazer 30 anos é coisa fina, é começar a provar do néctar dos deuses e descobrir que sabor tem a eternidade. O paladar, o tato, o olfato, a visão e todos os sentidos estão começando a tirar prazeres indizíveis das coisas. Fazer 30 anos, bem poderia dizer Clarice Lispector, é cair em área sagrada.
Até os 30, me dizia um amigo, a gente vai emitindo promissórias. A partir daí é hora de começar a pagar. Mas também se poderia dizer: até essa idade fez-se o aprendizado básico. Cumpriu-se o longo ciclo escolar, que parecia interminável, já se foi do primário ao doutorado. A profissão já deve ter sido escolhida. Já se teve a primeira mesa de trabalho, escritório ou negócio. Já se casou a primeira vez, já se teve o primeiro filho. A vida já se inaugurou em fraldas, fotos, festas, viagens, todo tipo de viagens, até das drogas já retornou quem tinha que retornar.
Quando alguém faz 30 anos, não creiam que seja uma coisa fácil. Não é simplesmente, como num jogo de amarelinha, pular da casa dos 29 para a dos 30 saltitantemente. Fazer 30 anos é cair numa epifania. Fazer 30 anos é como ir à Europa pela primeira vez. Fazer 30 anos é como o mineiro vê pela primeira vez o mar.
Um dia eu fiz 30 anos. Estava ali no estrangeiro, estranho em toda a estranheza do ser, à beira-mar, na Califórnia. Era um homem e seus trinta anos. Mais que isto: um homem e seus trinta amos. Um homem e seus trinta corpos, como os anéis de um tronco, cheio de eus e nós, arborizado, arborizando, ao sol e a sós.
Na verdade, fazer 30 anos não é para qualquer um. Fazer 30 anos é, de repente, descobrir-se no tempo. Antes, vive-se no espaço. Viver no espaço é mais fácil e deslizante. É mais corporal e objetivo. Pode-se patinar e esquiar amplamente.
Mas fazer 30 anos é como sair do espaço e penetrar no tempo. E penetrar no tempo é mister de grande responsabilidade. É descobrir outra dimensão além dos dedos da mão. É como se algo mais denso se tivesse criado sob a couraça da casca. Algo, no entanto, mais tênue que uma membrana. Algo como um centro, às vezes móvel, é verdade, mas um centro de dor colorido. Algo mais que uma nebulosa, algo assim pulsante que se entreabrisse em sementes.
Aos 30 já se aprendeu os limites da ilha, já se sabe de onde sopram os tufões e, como o náufrago que se salva, é hora de se autocartografar. Já se sabe que um tempo em nós destila, que no tempo nos deslocamos, que no tempo a gente se dilui e se dilema. Fazer 30 anos é como uma pedra que já não precisa exibir preciosidade, porque já não cabe em preços. É como a ave que canta, não para se denunciar, senão para amanhecer.
Fazer 30 anos é passar da reta à curva. Fazer 30 anos é passar da quantidade à qualidade. Fazer 30 anos é passar do espaço ao tempo. É quando se operam maravilhas como a um cego em Jericó.
Fazer 30 anos é mais do que chegar ao primeiro grande patamar. É mais que poder olhar pra trás. 
Chegar aos 30 é hora de se abismar. Por isto é necessário ter asas, e sobre o abismo voar. 

02/01/2010

JESUS DESEJAVA FUNDAR UMA NOVA IGREJA? - Antônio de Pádua Tô Mais Diaquino


              Em seu livro PROCURAIS O JESUS HISTÓRICO?, o judeu Rochus Zuurmund, professor de teologia bíblica, afirma que há um abismo entre os resultados da pesquisa científica em torno da Bíblia e o que sabe dela o cidadão comum.
              Aqueles que acreditam ter Jesus fundado uma nova religião citam a famosa frase do evangelho de Mateus em que Pedro é apontado como a pedra sobre a qual seria edificada a Igreja, mas é importante lembrar que Mateus é o único evangelista a registrar essa passagem. Em Marcos (evangelho mais antigo), Lucas e João, não encontramos nenhuma referência a essa fala de Jesus.
              Outros religiosos afirmam que o Cristo era um fiel seguidor do Judaísmo e que nunca pensara em criar uma nova religião. Como comprovação do que dizem, citam Mateus 5:17: “Não penseis que vim revogar a Lei e os Profetas. Não vim revogá-los, mas dar-lhes pleno cumprimento”. Afirmam, também, que se Jesus realmente disse a Pedro o que Mateus escreveu, não o estava incumbindo de edificar um novo credo, já que, para o Cristo, o problema não era o que os fariseus diziam, mas os seus excessos interpretativos e conduta.
              A frase colocada na boca de Jesus por Mateus teria sido dita em aramaico, língua utilizada no dia-a-dia de Jesus e dos seus contemporâneos. O hebraico só era usado em atividades religiosas. O problema é que as versões mais antigas do Evangelho de Mateus estão em grego. Eklésia, a palavra grega usada nesta passagem, significava comunidade, e não Igreja, no sentido em que hoje concebemos.
              Tudo indica, portanto, que Jesus jamais teve a intenção de fundar uma nova religião, mas sim em fazer um grupo de pessoas (comunidade) compreenderem o que ele chamava de REINO DE DEUS. O que seria esse REINO? Bem, essa é uma outra história. Fica para a nossa próxima conversa.

01/01/2010

Carlos Drummond de Andrade

PASSAGEM DO ANO
O último dia do ano  não é o último dia do tempo.  Outros dias virão  e novas coxas e ventres te comunicarão o calor da vida.  Beijarás bocas, rasgarás papéis,  farás viagens e tantas celebrações. De aniversário, formatura, promoção, glória, doce morte com sinfonia e coral,
Que o tempo ficará repleto e não ouvirás o clamor,  os irreparáveis uivos do lobo, na solidão.
O último dia do tempo  não é o último dia de tudo.  Fica sempre uma franja de vida  onde se sentam dois homens.  Um homem e seu contrário, uma mulher e seu pé, um corpo e sua memória, um olho e seu brilho, uma voz e seu eco.  E quem sabe até se Deus...
Recebe com simplicidade este presente do acaso.  Mereceste viver mais um ano.  Desejarias viver sempre e esgotar a borra dos séculos.
Teu pai morreu, teu avô também.  Em ti mesmo muita coisa, já se expirou, outras espreitam a morte, mas estás vivo.  Ainda uma vez estás vivo, e de copo na mão esperas amanhecer.
O recurso de se embriagar. O recurso da dança e do grito, o recurso da bola colorida, o recurso de Kant e da poesia, todos eles...  E nenhum resolve.
Surge a manhã de um novo ano.
As coisas estão limpas, ordenadas.  O corpo gasto renova-se em espuma.  Todos os sentidos alerta funcionam.  A boca está comendo vida. A boca está entupida de vida. A vida escorre da boca, lambuza as mãos, a calçada. A vida é gorda, oleosa, mortal, sub-reptícia.
Para você ganhar belíssimo Ano Novo cor do arco-íris, ou da cor da sua paz, Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido (mal vivido talvez ou sem sentido) para você ganhar um ano não apenas pintado de novo, remendado às carreiras, mas novo nas sementinhas do vir-a-ser; novo até no coração das coisas menos percebidas (a começar pelo seu interior) novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota, mas com ele se come, se passeia, se ama, se compreende, se trabalha, você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita, não precisa expedir nem receber mensagens (planta recebe mensagens? passa telegramas?)
Não precisa fazer lista de boas intenções para arquivá-las na gaveta.
Não precisa chorar arrependido pelas besteiras consumidas nem parvamente acreditar que por decreto de esperança a partir de janeiro as coisas mudem e seja tudo claridade, recompensa, justiça entre os homens e as nações, liberdade com cheiro e gosto de pão matinal, direitos respeitados, começando pelo direito augusto de viver.
Para ganhar um Ano Novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê-lo, tem de fazê-lo novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente.
É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre.