13/12/2009

VOLTA, SÓCRATES! – Antônio de Pádua Tô Mais Diaquino



Sócrates (470-399 a.C.) é considerado por alguns historiadores "o pai da filosofia". Nascido e criado em Atenas, ele tinha o hábito de ir até a cidade e implacavelmente fazer questionamentos e analisar assuntos. Com audácia, Sócrates colocava em dúvida os pontos de vista do povo de seu tempo. Ele livremente discorria sobre temas que seus contemporâneos atenienses temiam discutir.
A mania de Sócrates de formular perguntas penetrantes às pessoas, fazendo-as participar e questionar criticamente acerca de seus costumes, eventualmente acabou provocando sua morte. Seus contínuos questionamentos do conjunto das tradições fizeram com que os líderes atenienses o acusassem de “corromper a juventude”. Como resultado, eles mataram Sócrates. Uma clara mensagem foi enviada aos cidadãos atenienses: “Todos que ameaçarem os costumes estabelecidos terão o mesmo destino!”.
Sócrates não foi o único filósofo a sofrer represálias pelo seu inconformismo: Aristóteles foi exilado, Spinoza foi excomungado e Bruno Giordano foi queimado vivo. Sem mencionar os milhares de cristãos torturados e assassinados pela igreja institucional por se atreverem a desafiar seus ensinos.
As pessoas religiosas são, na maioria das vezes, ensinadas por seus líderes a crer em certas idéias e a se comportarem de determinada maneira que acreditam ser a correta. Claro, esses hábitos variam de acordo com o credo de cada grupo – embora cada organização sempre diga que o seu credo é a mais fiel reprodução do desejo de Deus. Como os prisioneiros da caverna de Platão, multidões foram condicionadas a lerem os livros sagrados com as cômodas lentes da tradição religiosa a que pertencem. Sempre obedecendo e jamais desafiando os ensinos que o próprio Deus cochichara nos ouvidos privilegiados de seus líderes.
É preciso que um novo Sócrates diga calmamente aos seus ouvidos viciados que a maior parte daquilo que fazem na igreja moderna foi absorvido diretamente da cultura pagã, no período pós-apostólico. Muito das práticas eclesiásticas foram introduzidas durante três períodos de tempo: Após Constantino (324 a 600), no tempo da Reforma (século XVI) e na era do Revivamento (séculos XVIII e XIX).
Volta, Sócrates!

Um comentário:

  1. Olá!!!
    Sobre esse tema, recomendo a leitura do livro "O que Jesus disse? O que Jesus Não disee" de Bart D. Ehrman. Ele no livro fala sobre a quantidade de "erros" e alterações intencionais feitas pelos tradutores e o impacto que esses "erros" causaram e causam à todos.
    Alex Andro.

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