09/12/2009

POR QUE ACREDITAMOS NO INACREDITÁVEL? - Antônio de Pádua Tô Mais Diaquino

“O que é a verdade? Um batalhão móvel de metáforas, metonímias, antropomorfismos, enfim, uma soma de relações humanas que foram enfatizadas poética e retoricamente, transpostas, enfeitadas, e que, após longo uso, parecem a um povo sólidas, canônicas e obrigatórias.” (Nietschze)
          
Que diferença básica poderíamos estabelecer entre a filosofia e a religião ou, melhor dizendo, entre um livro de filosofia e um livro sagrado? 
Os escritos dos filósofos derivam de suas próprias mentes e, por mais criterioso que seja este pensar, se submete à contestação. 
Não podemos dizer a mesma coisa a respeito dos livros sagrados que, segundo os seus devotos, trazem em sua essência a verdade cristalina, definitiva, derradeira. 
A filosofia seria, portanto, algo menor, um exercício mental dos humanos falíveis em busca da verdade. A sabedoria proveniente dos livros sagrados, em contrapartida, pretende revelar uma verdade que já foi encontrada.
Quando os Vedas (livros sagrados indianos) nos dizem que aquilo que vemos como sendo a Lua é apenas o aspecto ilusório de um planeta habitado por semideuses ou quando a Bíblia nos diz que um homem passou três dias na barriga de um peixe e saiu de lá “vivinho da silva”... não há como contestar.
Os seguidores dos Vedas e da Bíblia acreditam possuir uma visão especial que os faz ver coisas que nós, pobres mortais, não conseguimos enxergar. Afinal, a crença numa verdade revelada é, para eles, superior a toda e qualquer evidência.
Ora, se é assim, se a evidência pode ser colocada de lado, como posso duvidar de Xuxa, que alega ver e conversar com duendes e gnomos?

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