30/05/2023

O cordão

A dependência emocional do filho não é, necessariamente, questão de culpa por parte da criança ou dos pais, mas um processo complexo que pode ser influenciado por diversos fatores, como questões individuais, experiências passadas e dinâmicas familiares. O conceito de "mãe suficientemente boa", criado pelo psicanalista britânico Donald Winnicott, defende que a mãe precisa atender às necessidades básicas do bebê, de forma adequada, permitindo o desenvolvimento saudável da criança.
No vídeo de animação “O cordão”, podemos constatar a dependência excessiva de uma criança adulta, pela falta do corte simbólico, que é uma ação psicológica que envolve a separação emocional e psicológica do indivíduo, não apenas da mãe, mas também de figuras parentais ou cuidadores.
O corte saudável do cordão umbilical é um conceito metafórico usado para descrever a conduta por meio da qual a mãe permite que seu filho se torne independente emocionalmente. Isso envolve proporcionar um ambiente seguro e facilitador, para que a criança possa explorar o mundo, desenvolver sua individualidade e tornar-se uma pessoa autônoma. À medida em que a criança cresce, a mãe suficientemente boa permite que ela assuma responsabilidades progressivamente maiores, tome decisões por si mesma e enfrente desafios sem superproteção ou interferência excessiva.
Ao promover o corte saudável do cordão, a mãe suficientemente boa permite que o filho desenvolva habilidades de resolução de problemas, autoconfiança, autonomia e resiliência emocional. Isso significa que a criança não se tornará excessivamente dependente da mãe ou de outras figuras de autoridade, nem carregará medos ou traumas profundos devido à falta de oportunidades para enfrentar desafios e aprender com as próprias experiências.
É importante ressaltar que o conceito de mãe suficientemente boa não se refere à perfeição, mas à capacidade de atender às necessidades básicas da criança de forma consistente e amorosa. Os pais também desempenham papel essencial nesse processo, contribuindo para o desenvolvimento saudável da criança, ao proporcionar um ambiente seguro e facilitador, com presença emocionalmente estável e disponível.

Germano Barbosa

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